Para mim não é uma polêmica
Reflita meu pensamento
Vamos iniciar com um exemplo: “Seu João trabalha em uma
empresa onde produz móveis, ele fabrica diariamente 5 móveis, onde cada um
custa 100 reais, suponhamos que seu João trabalha 26 dias no mês, ou seja, ele
fabrica 130, fazendo as contas, os móveis produzidos pelo seu João resulta em 13
mil reais para a empresa, retirando as despesas, uns 2 mil de materiais mas o
salário de seu João que é de R$ 620,00, a empresa lucra em cima do trabalho do
seu João, aproximadamente 10 mil reais, isso é o mais-valia. Seu João mora em
um bairro de periferia, tem um filho de 12 anos que tem que ajudar nas
despesas. Meus caros, onde está a igualdade nesta história se referindo a
oportunidades? O filho de seu João tem mais oportunidades do que as crianças de
classe média? Vamos desenvolver o pensamento...
(Usei esse exemplo de um amigo e cunhado pois se encaixa na reflexão)
Estes últimos dias estão havendo uma discussão sobre a
obrigatoriedade de 50% das vagas nas universidades federais para alunos da rede
pública, recebendo o nome de cotas. Em Goiânia alguns cursinhos fizeram
manifestações contra a lei que já foi aprovada pela Presidenta Dilma. Esse
modelo de cotas é um processo de discriminação? Existe igualdade entre as
classes? De quem é a culpa? Do Estado que não propicia uma educação de
qualidade que dará uma igualdade nas disputas de vagas em vestibulares? Tenho a
certeza outra vez de que para mim, não tem polêmica. Como historiador,
desenvolverei minha opinião usando números e lógico, os fatos históricos.
Imaginem o dia 13 de maio de 1888, imagino as festas, comemorações
dos negros com a assinatura da Lei Áurea, onde libertava os escravos, mas
imaginam e refletiam ainda mais sobre o 14 de maio de 1888, isso mesmo, um dia
após a assinatura. “Para onde vamos? O que iremos fazer agora?” perguntas que
siceramente, devem ter suado entre os ex escravos. Vamos passear pela história.
Desde o século XVII, o tráfico negreiro foi o depositador de negros em nosso
país, cerca de 4 milhões de nativos da África chegaram aqui com a missão de
trabalhar em lavouras e minas, um trabalho escravo, ou seja, sem direitos.
Foram aproximadamente 3 séculos e meio de exploração que se uniram a humilhação
ideológica e, prática. Mesmo que muitos digam que no início desta exploração,
Portugal foi o grande responsável, mas após a independência continuamos a essa
babáre. Temos culpa nesta história.
Vejamos então, depois de tanto tempo sendo escravizados,
mesmo depois da libertação, esse povo foi excluído da sociedade brasileira, até
tentaram embranquizar nosso povo com o convite para os imigrantes. Ora, esse
povo que ajudou a construir nossa nação foi incluida em nossa sociedade à
apenas 25 anos. Se fazermos uma conta simples, percebemos que são duas ou três
gerações após a abolição, muito pouco tempo, se pesarmos na exlusão também que
durou até a década de 80. O País não deve REPARAR o dano? Nas escolas públicas
a maioria são de negros! Nos bairros habitacionais a maioria são de negros! Nos
Presídios a maioria são de negros! Em empregos considerados pesados e de
salários baixos, a maioria é de negros! Justamente por causa do reflexo da
escravidão que ainda é recente. Vou repetir, o Estado precisa REPARAR o danos
causados, é um trabalho de reparação, simples.
Portanto, é preciso sim usar o modelo de cotas para incluir
essa classe ou raça menos favorecida. Mesmo que as escolas públicas sejam de
qualidade, eles, os negros, precisam de uma reparação. Muitas pessoas usam a
ideia de que as cotas são um preconceito, mas esquece que isso não está
relacionado com o tema, o Brasil precisa se desculpar. Fazer manifestos contra
as cotas é explicável: quem está no poder, não quer perder previlégios. Bom, se
o vestibular é um seleção da natureza onde o mais fortes comem os mais fracos,
então que os mais fortes se devorem.
Vamos citar também que as escolas públicas também fizeram
manisfestações que infelismente não foi noticiada pela mídia manipuladora de
nosso estado. Acredito que somente as cotas sociais não resolvem os problemas,
precisa de um incentivo dentro das universidades, para segurarem estes alunos.
Também acredito que daqui alguns anos, todas as pessoas possam disputar em
igualdade as vagas. Incluo também nossos indígenas, que estão a cada dia
perdendo espaço e portanto se adaptando ao sistema, perdendo a identidade
própria, fruto da atualidade.
Gabaritar uma prova não é sinônimo de inteligência!
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