quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Indicativo da Semana- Quarta-feira- FILME


" Doze anos de Escravidão"


O filme Doze anos de Escravidão se passa nos anos de 1841 e conta a história de Solomon Northup um escravo liberto que mora com sua esposa e filhos. Solomon aceita um emprego em outra cidade onde é sequestrado, acorrentado e vendido como escravo...
Agora quer saber porque o filme tem em seu nome a data 12 anos??? Assista o filme e se surpreenda com essa história emocionante que o fez ganhar o Oscar de melhor filme em 2014!

Hoje é Dia do Ministério Público


Data Comemorativa: 26 de Novembro- Dia do Ministério Público!

E você sabe o que é e qual é a sua função?
O Ministério Público é um órgão do Poder Judiciário que cobra dos demais órgãos os direitos da sociedade.
Ele é responsável, perante o Poder Judiciário, pela defesa da ordem jurídica e dos interesses da sociedade e pela fiel observância da Constituição (das leis).
O órgão do Ministério Público fiscaliza a execução da pena e da medida de segurança. Os promotores de Justiça, como representantes do Estado, procuram fazer com que a pena seja cumprida de maneira correta, como diz a lei. Participam do processo de execução e em atividades administrativas.


Você é da área de Humanas e deseja estudar no exterior? Veja programa de bolsas de estudo em cinco Países!!!
http://educacao.uol.com.br/noticias/2014/11/26/e-da-area-de-humanas-veja-programas-de-bolsas-em-cinco-paises.htm


Você sabe quem foi supostamente a primeira pessoa do Mundo a fazer uma selfie?

Esse foi D. Pedro II, o líder político que mais ficou no poder no Brasil, foram 49 anos. Você sabe qual é a curiosidade desta foto? Muitos dizem que foi o primeiro Selfie da história. Sua mão direita estava com um botão que acionava a câmera fotográfica. Lembrando que tais câmeras eram bem primitivas, digamos assim!

Olhem que fato interessante!


Dia 24 de  novembro fez exatos 70 ano da tomada de Monte Castelo pelas tropas da Força Expedicionária Brasileira durante a Segunda Guerra Mundial.Ao contrario do que falam, a FEB foi extremante importante para o avanço aliado no norte da Itália, combatendo em conjunto com as forças aliadas e expulsando as tropas nazistas da região.

Na foto, militares da FEB durante patrulha no Monte Castelo.

Curiosidade sobre o planeta Plutão

Vocês sabiam que o planeta Plutão foi nomeado assim por uma garota de 11 anos da Inglaterra, chamada Venetia Burney, em 1930?!
Fonte: Mega Curioso

Fatos Rápidos e Desconhecidos


O ex-presidente João Goulart, mais conhecido como Jango (imagem abaixo), sendo deposto da Presidência da República pelo golpe militar de 1964, na Vila Militar do Rio de Janeiro em maio de 1965.
Fonte: http://educacao.uol.com.br/album/ditadura-45-anos_album.htm#fotoNav=2


segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Segunda- Feira: Dia de um Herói Brasileiro

Zumbi dos Palmares: um símbolo de resistência e luta contra a escravidão!

"Guerrilheiro negro, brasileiro nascido em um dos mocambos do quilombo de Palmares, o líder mais famoso desse famoso quilombo e cuja vida tornou-se envolta em mitos e discussões. Descendente dos guerreiros imbangalas ou jagas, de Angola, com poucos dias de vida foi aprisionado pela expedição de Brás da Rocha Cardoso e dado ao padre Antônio Melo em Porto Calvo (1655). Batizando como Francisco cresceu demonstrando uma inteligência privilegiada, e favorecido pela admiração do padre, aos 10 anos já sabia português e latim e aos 12 era coroinha. Aos 15 anos fugiu da casa do padre para voltar a Palmares, onde adotou o nome de Zumbi e passou a trabalhar na liderança dos quilombeiros. Participou da batalha em que a expedição de Jácome Bezerra foi derrotada (1673). Três anos depois, em um combate contra as tropas de Manuel Lopes Galvão, foi ferido com um tiro na perna (1676).
Revoltado com a assinatura de um acordo de paz (1678), rompeu com Ganga-Zumba e foi aclamado Grande Chefe pelos revoltosos que não aceitaram o acordo. Atacado pelas tropas lideradas por Domingos Jorge Velho (1694), foi baleado, mas conseguiu fugir espetacularmente. Um ano depois reapareceu e com cerca de 2000 palmarinos voltou a atacar povoados em Pernambuco, especialmente para conseguir armas e munições. No entanto, em um dos ataques, um de seus grupos foi derrotado, e o seu comandante, Antônio Soares foi preso (1695). Após ser torturado pelo bandeirante e mercenário paulista André Furtado de Mendonça, este lhe ofereceu a liberdade em troca da revelação do esconderijo de Zumbi e, em 20 de novembro daquele ano, Soares levou Mendonça até o esconderijo, na Serra Dois Irmãos. Conta-se que ao ver Soares, o grande chefe dos revoltosos foi abraçá-lo, mas foi recebido com uma punhalada no estômago. Os paulistas atacaram e o rebeldes presentes foram mortos. Seu corpo, perfurado por balas e punhaladas, foi levado a Porto Calvo, onde sua cabeça foi decepada e enviada para Recife, que por ordem do governador foi espetada em um poste para exposição pública até sua total decomposição. O dia 20 de novembro tornou-se o Dia da Consciência Negra."


Data Comemorativa: Dia 24 de Novembro- Dia Nacional dos Rios!

O Dia do Rio é comemorado em 24 de novembro, assim como o Dia Mundial da Água é comemorado no Dia 22 de março - estas datas foram instituídas devido a grande preocupação com a escassez da água, assim como a preservação e proteção dos recursos naturais.

Os rios são de grande importância para a vida nos mais variados ecossistemas. A vegetação existente nas margens de rios denomina-se de Mata Ciliar (ou Mata de Galeria, ou Floresta Ripária).

Indicativo da Semana: Livro A Escrava Isaura

Você conhece o Livro A Escrava Isaura do escritor Bernardo Guimarães que foi um marco na Literatura Abolicionista escrito em 1875? Ainda não? Então ai vai um breve resumo do livro que também foi adaptado em telenovela (Emissora Record- Ano 2004) e esta sendo reprisada no canal Fox Line.
"Isaura, escrava de pele branca, foi criada como filha na família em que serve. Foi durante muito tempo a protegida da matriarca, que prometeu que após a sua morte a moça deveria ser liberta. Entretanto, esse último desejo não foi satisfeito e Isaura se tornou propriedade de Leôncio, um jovem sem caráter que por ela se interessa, apesar de casado. 
A beleza da jovem cativa desperta paixões em vários dos personagens, além de Leôncio, o jardineiro Belchior, o feitor da fazenda e até o irmão de Malvina, esposa de Leôncio, fazem propostas à moça. 
O pai da escrava, um homem livre chamado Miguel, reúne a vultosa quantia que fora pedida pelo pai de Leôncio para libertá-la, porém, o vilão encontra uma maneira para descumprir a promessa do pai, fingindo luto por sua morte. Inconformada com a situação, Malvina retorna para a casa de seus pais, fato que deixa Leôncio livre para atormentar Isaura. 
Escrava Isaura- Bernardo Guimarães (1875)
O pai de Isaura, Miguel, decide então fugir com a filha para o nordeste do país. Os dois se instalam em Recife e adotam novos nomes. Na nova cidade Isaura conhece Álvaro, homem por quem se apaixona e é correspondida. Ele fica sabendo que ela é uma escrava fugida da pior maneira, ao levá-la a um baile um estudante a denuncia na frente de todos. Isaura é obrigada, então, a assumir sua condição, Álvaro, porém, defende a amada. 
Descoberta, Isaura volta a ser escrava de Leôncio. Numa manobra, Isaura é convencida a se casar com Belchior, porém, antes que a cerimônia fosse realizada, surge Álvaro, que havia descoberto a falência de Leôncio e adquirido sua dívida. Dessa forma, ele passa a ser dono de todas as propriedades do vilão, incluindo Isaura. Leôncio se mata e a história tem um desfecho feliz. "

quinta-feira, 3 de abril de 2014

SANTA DICA - UM EPISÓDIO DA HISTÓRIA DE GOIÁS

Santa Dica (1930)
  Afinal quem foi Santa Dica, esta personagem messiânica, totalmente ignorada na história oficial do Brasil, mas que teve uma presença forte ao menos durante 20 anos na vida de Goiás! Benedita Cipriano Gomes quando tinha apenas 13 anos já sentiu manifestarem-se seus dons proféticos e milagrosos, atraindo ao pequeno povoado de Lagoa (hoje Lagolândia), onde nasceu, um número cada vez maior de peregrinos que passaram a vê-la como Santa. A menina Dica, roceira de rara beleza, vinda de uma família de camponeses, tornar-se-ia líder do único movimento messiânico do Centro-Oeste. Em apenas dois anos (1923-1925) o povoado de Lagoas se firmou como comunidade e Santa Dica, em pouco, se tornou forte influência política da região, como aconteceria com Antônio Conselheiro em Canudos e os monges na região do Contestado. Às margens do Rio dos Peixes - chamado de Rio Jordão "por ser milagroso" - a menina Dica realizou suas primeiras curas e transmitiu a seu povo o "recado dos anjos".      Ali, desde as primeiras horas da luz do dia, a comunidade formava um mutirão na terra ao som de cânticos de trabalho. Para garantir-se a subsistência e a segurança, a partir de suas necessidades, pregava-se no reduto a igualdade, a luta pela abolição dos impostos e a distribuição de terras sob o lema "A terra é de Deus". Pela sua condição de líder, Santa Dica passou a ser utilizada nos primeiros tempos pelos chefes políticos da região. O seu poder e a evolução de sua comunidade, porém, despertaram atenções e causaram preocupações à classe dominante. Crescia o desejo de independência de Dica e sua comunidade, e os peregrinos sentiam-se seguros com a profeta adolescente. Assim a comunidade foi orientada pelas resoluções de Santa Dica, que seriam tomadas a partir de seus "encontros" com os anjos, durante seus transes. Após uma dessas "conferências", ela resolveu organizar os camponeses, formando o exército do povo, e os dirigentes através da ordem "pé-com-palha, pé-sem-palha", solução que encontrou, colocando uma palha de milho num dos pés de cada um, pois ninguém sabia o que era direita, esquerda. Em 1924, por ordem do governador de Goiás, Miguel da Rocha Lima, o comandante da Polícia Militar convocou Santa Dica a reunir voluntários, com a missão de interromper a entrada da Coluna Prestes - que se dirigia a Bolívia - pelo Estado de Goiás. Ela seguiu, levando aliados da Polícia Militar que também estavam sob seu comando, em direção a Anápolis, por onde passaria o grupo liderado por Siqueira Campos. O encontro se daria na segunda noite de espera. Santa Dica, deslocada da tropa, é pega de surpresa pelas tropas de Siqueira Campos, que já a conhecia de fama. Acabaram fazendo uma aliança, porém sob as vistas de um soldado que desertou e se deslocou à Capital para transmitir o ocorrido. Quando Santa Dica retornou ao reduto da Lagoa, seu povo foi desarmado e a Polícia Militar seguiu para a Capital. Em seguida, chegou ao reduto um coronel da Polícia Militar de Jaraguá, com a intenção de investigar os acontecimentos, além de testar os poderes da messiânica líder. Durante os "transes" ele lhe enfiava alfinetes e a queimava com cigarros acesos, sem que ela manifestasse dor. Manuelzinho Careado, braço direito de Dica, desconfiou daquele estranho e o expulsou. O coronel então, começou a incentivar os latifundiários da região para que o governo interviesse e tomasse medidas imediatas contra o reduto de Santa Dica - antes que ali se registrasse "um novo Canudos". Numa madrugada de 1925, um batalhão da PM cercou Lagoas, disparando as metralhadoras. O tiroteio durou 2 horas e quarenta minutos e ao amanhecer Santa Dica conduziu a comunidade na travessia do Rio Jordão, naquela época muito cheio devido às chuvas. Na forte correnteza, velhos inválidos e crianças se jogaram, sendo arrastados pelas águas. No relatório da polícia ficou escrito que "todos haviam se afogado". Mas os dias passavam e não apareciam os corpos. Vasculhou-se a região e foram encontrados os peregrinos sobreviventes. Todos foram levados à cadeia na Cidade de Goiás, onde permaneceram, junto com Santa Dica, nove meses, presos sem julgamento. Absolvida, ela foi expulsa do Estado, considerada persona non grata. 
       Foi com Mário Mendes (Jornalista carioca) para o Rio de Janeiro (sem confirmação, fala-se de que teria chegado a São Paulo e ali conhecido a pintora Anita Mafaldi, do movimento modernista). Mais tarde, solicitou ao governador Brasil Ramos Caiado, que havia assumido em 14/07/1925, autorização para retornar a Goiás. Junto veio Mário Mendes, que acabou sendo eleito prefeito de Pirenópolis, graças principalmente à influência que Santa Dica exercia. Com a revolução de 1930, Santa Dica foi intimada pelo governador de Goiás e colaborar com o Estado apoiando o governo de Washington Luís. Mas, nesta época, sofria já a influência do ambicioso marido. Posteriormente, voltaria ao reduto da Lagoa recomeçando suas atividades místicas e o trabalho da terra com a comunidade. Na revolução constitucionalista de 1932, teve nova participação. Com patente de Capitão (nestas alturas tinha 23 anos de idade), apoiou Getúlio Vargas. Formou uma companhia de 150 homens autorizados a usarem fardas do exército e que se incorporaram ao Departamento Manoel Ravello em operações de guerra do batalhão goiano "Siqueira Campos", acantonado em Uberlândia, Minas Gerais. 
       A partir dos anos 30, Santa Dica se dedicaria especialmente ao lado do curandeirismo. Em 1937, Mário Mendes, por intriga dos latifundiários, foi deposto da Prefeitura de Pirenópolis - e viveria no anonimato até 1963, quando morreu de velhice. Santa Dica faleceria 17 anos depois, em 9 de novembro de 1970 - tão pobre como sempre foi. A seu pedido, está enterrada em frente à sua casa em Lagoa, debaixo de uma velha gameleira.

segunda-feira, 24 de março de 2014

REVOLUÇÃO OU GOLPE? 50 ANOS! 1964


       Realmente a História é inventada ou distorcida. Iremos comemorar no dia 31 de Abril a "Revolução de 1964"... Comemorar? Revolução?
       O conceito de revolução é debatido nos corredores das universidades até hoje, muito se discuti sobre o uso deste termo na nossa história, a História do Brasil. Não constitui novidade histórica a intensa participação dos banqueiros e seus bancos privados no golpe de Estado que depôs em 1964 o presidente constitucional João Goulart.
        Nem o financiamento do aparato repressivo de tortura, morte e desaparecimentos forçados, por parcela expressiva de donos de instituições financeiras, nas décadas de 1960 e 70. O que é incrível, a julgar pela agenda 2014 distribuída pelo Itaú a clientes, é que o tempo pareça ter congelado. No dia 31 de março, a agenda registra o “aniversário da revolução de 1964″.
Como reconhecem as consciências dignas, não houve uma “revolução'' meio século atrás, e sim um golpe desferido com as armas da sociedade golpista entre segmentos militares e civis, como os banqueiros (alguns viraram ministros).
     “Revolução'', em referência à instauração da ditadura, é palavra consagrada na boca de marechais e generais como Castello Branco, Costa e Silva, Médici, Geisel e Figueiredo, os presidentes-ditadores do ciclo encerrado em 1985.
    Quem falava “revolução'' eram torturadores como o delegado Fleury, o policial Borer e o então major Ustra _este, vivo, fala até hoje.
        A agenda do Itaú também reproduz a data da versão golpista, 31 de março, mas Goulart ainda estava no Palácio Laranjeiras no começo da tarde de 1º de abril. O golpe foi mesmo em 1º de abril, o dia da mentira - os golpistas diziam salvar a democracia.


sábado, 8 de março de 2014

POR QUE DIA DA MULHER?

          Todo mês de Março é a mesma coisa: muitas homenagens ao Dia da Mulher. São flores, cartões, chocolates… mas você sabe por que comemoramos essa data? Bem, a história é triste, mas deve ser lembrada sempre. E conversar com os seus filhos sobre esse momento da história é importante. No século XIX, as condições de trabalho nas fábricas não eram das melhores e, no dia 8 de março de 1857, operárias de uma indústria de tecidos situada na cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos, fizeram uma grande greve.
    A manifestação era para reivindicar melhores condições de trabalho, como redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário!), tratamento e melhoria nos salários, já que a mulher chegava a ganhar até um terço do salário de um homem para executar o mesmo tipo de trabalho. A greve foi reprimida com muita violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas.
       Apesar de o ato ter acontecido em 1857, apenas em 1910, em uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o dia 8 de março passaria a ser o “Dia Internacional da Mulher”, em homenagem às mulheres que morreram durante a greve. Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).

Prof. José Costa

ÚLTIMA PENA DE MORTE APLICADA NO BRASIL


       Fogueira, esmagamento, decapitação, fuzilamento, eletrocução, garrote vil, apedrejamento e enforcamento são alguns dos métodos utilizados na execução por pena capital, também conhecida como pena de morte. Os desavisados de plantão que acreditam que a última execução judicial no Brasil ocorreu em Macaé, então província do Rio de Janeiro, no dia 6 de março de 1855, com o enforcamento do fazendeiro Manoel da Motta Coqueiro, saibam que o presente texto contradiz esse mito.
       Logo rumaram em direção ao Sítio Bonga, para ali fazerem o mesmo com a esposa de João Lima, Josefa Martha de Lima. Chamaram-na e, quando ela abriu a porta, desfecharam-lhe um golpe de punhal no lado esquerdo do peito e a assassinaram a pancadas. Pouco antes, o escravo Prudêncio tinha ido à residência do dr. Telésforo Viana, a fim de atraí-lo para a emboscada, com a ardilosa mensagem de que o capitão João de Lima estava passando mal no hotel e havia solicitado a presença do médico. Talvez desconfiado de alguma coisa, o dr. Telésforo Viana disse que não iria por já se achar recolhido àquela hora da noite, escapando, provavelmente, de ser mais uma vítima.Corria o ano de 1874. Era abril, dia 27, por volta das oito horas da noite. O fato aconteceu na então província das Alagoas, na pacata cidade do Pilar - de 9.811 habitantes, dos quais 8.463 eram livres e 1.348, cativos -, quando os escravos Prudêncio e Vicente resolveram ajustar as contas com o senhor, o capitão da Guarda Nacional João Evangelista de Lima. Foram auxiliados pelo escravo Francisco, cujo senhor era o renomado médico e membro do Instituto Arqueológico Alagoano, Joaquim Telésforo Ferreira Lopes Viana. Utilizando-se de um punhal no golpe inicial, os assassinos atraíram a primeira vítima, João de Lima, para o hotel que este possuía, onde, depois, desfecharam-lhe vários golpes de cacete e jogaram o cadáver na estribaria do estabelecimento.
       O crime fora minuciosamente elaborado, com as vítimas, aos poucos, compondo a ordem das tenebrosas conexões da trama macabra. Assim, compreende-se que o resultado, em parte, foi um "sucesso" arrasador, conforme relato do Jornal do Pilar: "... os cadáveres estavam mutilados, cobertos de talhos profundíssimos, com especialidade sobre a fronte e sobre o Os escravos roubaram das vítimas alguns pertences, furtaram os cavalos na cocheira do sítio e fugiram. Vicente foi preso no dia 1º de maio, no engenho Hortelã, ao sul da província alagoana. Francisco e Prudêncio abrigaram-se em Pesqueira, cidade da vizinha província de Pernambuco, onde reagiram à prisão em confronto com a Guarda Nacional. Na resistência, os escravos assassinaram um subdelegado junto com um praça; em revide, Prudêncio foi abatido pela tropa. Resolveu Francisco se render, foi algemado e escoltado para a cadeia de Maceió.
Imperador Pedro II
    Assim que o inquérito foi concluído e os escravos denunciados pelo promotor público da Comarca, dr. Aureliano Numeriano da Silveira, Vicente e Francisco foram indiciados como assassinos do nefasto crime. Passados dois anos da tramitação processual, lavrada a sentença, Francisco foi incurso no Art. 1º da Lei nº 4, de 10 de junho de 1835 e condenado à pena última. Vicente teve mais sorte: impetrou uma petição de Graça Imperial ao Poder Moderador e teve a vida poupada, pois não houve pronunciamento quanto a ele. Condenado à prisão perpétua, morreu, tempos depois, na cadeia de Maceió. O imperador, porém, negou clemência a Francisco e reiterou a pena de morte por enforcamento ao condenado. Entretanto, implicitamente, D. Pedro II aboliu, a partir desse exato momento, todas as penas de morte, comutando-as em prisão perpétua.
        À exata uma hora da tarde, Francisco subiu, com coragem, de degrau em degrau, o caminho da morte. Então, saltou e irrompeu em violento som o estrangular da asfixia e ouviu-se o estalar das vértebras cervicais. A cena deixou a enorme plateia de olhos arregalados e visivelmente horrorizada, inclusive algumas senhoras passaram mal ao assistirem tão triste cena. Em seguida, o cadáver foi retirado da forca e enterrado sem pompas no local da execução. Encerrado o espetáculo, a numerosa multidão retornou aos seus afazeres.