quarta-feira, 26 de setembro de 2012

MITOS SOBRE A ORIGEM DA VIDA




       “Em todas as épocas e lugares, os homens sempre buscaram uma explicação para a origem do mundo. E, por isso mesmo, sempre tiveram muito medo de que um dia ele acabasse! Na bíblia, por exemplo, está escrito que Deus criou o mundo em apenas seis dias e descansou no sétimo, e no último livro do Novo Testamento lemos profecias terríveis sobre o destino da humanidade, como aquela que nos diz que o mundo pode terminar em um grande incêndio (o apocalipse). Os maias, no entanto, acreditavam que o mundo já havia sido criado, destruído e recriado várias vezes. E eles não viam nisso o fim dos tempos, pois haviam elaborado um calendário baseado na idéia de ciclos da natureza e da história [...] os deuses bons e maus é que comandavam os ciclos de criação e destruição do mundo. Você pode concluir, então, que os calendários sempre foram um instrumento muito importante para que as religiões de diferentes povos ficassem a origem do mundo e o começo dos tempos. Com isso, procurava-se explicar a história daquele povo sobre a Terra.”

                TURAZZI, Maria Inez e Gabriel, Carmem.Tempo e História, São Paulo. Moderna. 2000.






segunda-feira, 3 de setembro de 2012

TRÁFICO NEGREIRO - ANIQUILANDO ETNIAS




     Com a expansão marítima europeia, no século XV, e a conquista do Novo Mundo, os europeus necessitaram de mão de obra para os seus empreendimentos nas novas terras conquistadas (América). Primeiramente, escravizaram os indígenas, os nativos da América, porém essa escravidão foi proibida pela Igreja Católica.
     Dessa forma, os portugueses, proibidos de escravizar os povos indígenas, tiveram que retornar ao continente africano e negociar a compra de escravos. A escravização de pessoas era uma prática antiga na África, no entanto, com os europeus empreendendo a compra de escravos naquele continente, o número de escravos aumentou.
      Assim, no século XV, o tráfico negreiro, ou tráfico de escravos, assumiu enormes proporções. Os Estados europeus instalaram feitorias e portos de abastecimento de escravos no litoral africano. Nessas feitorias foram embarcados os escravos que vieram para as colônias europeias na América nos navios chamados tumbeiros.
     Uma vez embarcados nos navios negreiros (tumbeiros), os escravos, oriundos de diferentes regiões e etnias africanas, eram tratados com extrema violência e recebiam pouca alimentação. Geralmente, eram maltratados e castigados sem nenhum motivo aparente e eram amontoados dentro dos navios tumbeiros em ambientes insalubres, propícios à proliferação de doenças.
     A travessia pelo oceano Atlântico constituía o início do sofrimento dos africanos escravizados que se destinavam à América. A viagem da África para o Brasil durava de 30 a 45 dias, conforme o lugar de partida e o de chegada. Com a chegada ao Novo Mundo, os navios negreiros eram conduzidos a diferentes portos e localidades na América, mas quase sempre os escravos tinham um destino em comum: os mercados, onde eram comercializados como mercadorias, rendendo altos lucros para os traficantes de escravos.
      No entanto, a partir de novas pesquisas realizadas por historiadores, não foram somente os europeus que organizaram o tráfico negreiro. Segundo o historiador Manolo Florentino (1997), no Brasil, nos séculos XVIII e XIX, várias pessoas se especializaram e investiram na compra de escravos na África. Muitos traficantes de escravos eram cariocas e mantinham as embarcações que traziam os escravos para o Novo Mundo. Quase sempre, os traficantes de escravos negociavam com os africanos com base no escambo, comercialização de mercadorias como aguardente, armas de fogo, pólvora, tecidos, entre outros, em troca das pessoas escravizadas. (FLORENTINO, 1997 apud JUNIOR, 2006).
       A escravidão na América perdurou por quase quatro séculos e milhões de africanos vieram escravizados para as terras do Novo Mundo. A proibição do tráfico negreiro ocorreu no Brasil no ano de 1850, com a lei Eusébio de Queiroz.